Desisti mais uma vez…

27 de outubro de 2009 at 10:43 pm (1)

Por toda a vidaA

Por toda a vidaB

Estou a 30 minutos tentando escrever algo que descreva meu desenho, mas não consigo pensar em nada. Talvez eu esteja desenvolvendo minha capacidade de desenhar, e esteja atrofiando minha capacidade de escrever. Enfim, a verdade é que o desenho praticamente se explica por si só. O que está por tráz dele é de posse do imaginário humano, dos devaneios individuais de cada um que lê. O que EU penso por tráz desse desenho? Muita coisa….

Eu lembro de tudo aquilo que deu errado na minha vida, tudo aquilo que desviou para um caminho alheio à minha vontade. Eu lembro da faculdade, que eu desisti porque eu não gostava; e eu lembro dos namoros que terminaram por falta de alguma coisa. Lembro de tudo isso com a certeza de que, no final das contas, o desfecho aparentemente trágico e infeliz foi, na verdade, a solução mais obvia de todas.

Porém, a solução obvia não é a mais fácil de se tomar. Desistir de algo ou de alguém vai além daquilo que se está desistindo. Quando eu saí da faculdade, renunciei não apenas àquela vaga e àquela carreira, renunciei a todos os sonhos e desejos que me guiaram até ali. Sair da faculdade foi fácil, difícil foi assassinar meus sonhos antes mesmo que eles nacessem.

Desisti de muitas coisas al longo da vida, inclusive de algumas pessoas. Quando se toma a decisão de desistir de um relacionamento é porque, de fato, esse relacionamento já trás consigo muita tristeza. Mesmo assim, terminar não é fácil. Junto com o namoro vão-se os sonhos e os planos de futuro. Desistir de algo que foi tão importante é como um aborto expontâneo de um feto doente. Um feto que podia até vir a nascer, mas traria consigo muita dor e muito sofrimento. Desistir é um mal necessário à nossa felicidade.

Uma sensação de vazio toma conta da gente quando algo dá errado, como se, de alguma forma, a culpa fosse toda nossa, mesmo que não seja. Uma sensação de que talvez poderíamos ter nos esforçado mais e tentado mais. Uma sensação que inevitavelmente vem acompanhada de um lapso de lucidez e que nos diz: “Não, não era para continuar! Você estava infeliz!” Mas esse lapso é como uma gota d’água tentando apagar um incêndio.

No final das contas, a vida é mesmo uma loteria. Não se pode prever se seremos felizes ou não. Só  depois de termos sido felizes é que podemos afirmar, com certeza, que fomos felizes! Em meio a esse devaneio de emoções, penso que talvez a melhor forma de sermos felizes, seja aceitando nossa infelicidade.

Perdido1

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